quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Então quer dizer que dormir mal é pior do que beber três doses de whiskie???" leia e entenda...

Antes de mais nada, quantas horas você dormiu hoje? E ontem? E anteontem? Dependendo da sua resposta, já dá para saber como a sua pele e o funcionamento do seu organismo está. O pior que não é uma brincadeira. Em estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque.
Os efeitos dos dois atos são os mesmos: - Com uma noite de sono mal dormida, há uma diminuição da concentração. Com a taxa de álcool elevada no organismo, ocorrem alterações de algumas regiões do cérebro que dão a noção de perigo- Com o cansaço decorrente da falta de sono, há uma desregulagem em relação a produção de proteínas que controlam o sono, o que pode levar a um cochilo involuntário no trânsito, por exemplo. Já com a bebida alcoólica ocorre a dificuldade de discernimento, o que pode levar um indivíduo embriagado a enxergar um sinal vermelho e não ter a noção do seu significado. - Quem não dorme bem tem uma diminuição significativa da transmissão de sinais que o cérebro envia para os músculos. Quem bebe demais tem uma diminuição dos reflexos musculares, dificultando as reações rápidas.
O fenômeno do sono é estudado há milênios. Hesíodo, quase oito séculos antes de Cristo, chamou o sono de “irmão da morte”, pois acreditava que, como o sono aparentemente suspendia as funções do corpo, as pessoas que dormiam ficavam mais próximas do além. Já para Hamlet, de Shakespare, o sono podia ser equiparado ao sonho e, dessa forma, o sono era uma ocasião para experimentar formas especiais da atividade mental.
Hoje já se sabe que, independente de questões como os sonhos, por exemplo, noites freqüentes de sono de qualidade resultam em uma pessoa mais atenta e com melhor memória, com mais capacidade de resolver problemas, mais feliz e com menos alterações de humor, com menos propensão a desenvolver depressão, mais inteligentes, dispostas e alertas e, sobretudo, mais magras – recentes pesquisas chegaram a conclusão que as pessoas que dormem mal tem bem mais chances de serem obesas.
Segundo Dalva Poyares, médica e professora especialista em sono, do Laboratório do Sono da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, isso ocorre porque a falta de sono provoca o desequilibro endócrino e metabólico e o organismo fica desregulado. O hormônio chamado leptina, capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretado enquanto se dorme. “Ou seja, quem fica acordado mais do que devia, acaba sentindo necessidade de ingerir maiores quantidades de alimentos”, afirma a especialista. E adivinha quais alimentos? Isso mesmo, os carboidratos e os docinhos mais engordativos, visto que seu organismo está cansado e precisando de energia de sobra. Além disso, as pessoas mais cansadas não possuem tempo e nem ânimo para exercitar-se, caindo na problemática que ainda atinge boa parte das pessoas: o sedentarismo.
Muita gente acredita que uma boa noite de sono de oito horas por dia é o suficiente para tudo fluir normalmente e a saúde ficar tinindo. Saiba que isso é mentira. Além da quantidade, a qualidade do sono, as características de cada um e o estilo de vida contam muito para essa equação.
Durante o sono, o organismo aproveita para se recuperar do cansaço físico e, além do relaxamento muscular, é principalmente à noite que se produz o hormônio do crescimento. Na criança, esse hormônio é indispensável ao desenvolvimento corporal e mental e, no adulto, promove a cicatrização e a reposição de células da pele. O sistema imunológico também se refaz durante o sono.
Portanto, tenha uma ótima noite de sono hoje!

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